Entrevista | Conheça nossa vice-presidente Patrícia Cavicchioli: “Nós Servidores, os verdadeiros representantes do Estado, permanecemos”

Entrevista | Conheça nossa vice-presidente Patrícia Cavicchioli: “Nós Servidores, os verdadeiros representantes do Estado, permanecemos”

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Vamos apresentar mais a fundo uma de nossas dirigentes. Patrícia Oliveira Cavicchioli é vice-presidente do SSPMA e Servidora municipal há mais de 34 anos. A profissional ingressou concursada como Professora de Ensino Básico (PEB) e hoje atua também como Diretora de Escola infantil. Patrícia é casada com Reinaldo, com quem tem um filho de 24 anos, o Vinicius (Professor de Inglês).

Com uma vida profissional totalmente voltada à Educação e ao funcionalismo da cidade, a dirigente concilia o trabalho com a vida familiar. Nossa equipe de comunicação teve uma conversa bem construtiva sobre a carreira da companheira e você confere tudo na entrevista abaixo.

1) Como é a sua relação com a Administração?
Tenho uma relação transparente e de diálogo. Quando não concordo com as atitudes de qualquer que seja o nível hierárquico, exponho o meu ponto de vista, mas também sei escutar a Administração. Fazemos o máximo possível para as questões serem resolvidas de forma pacífica. Evitamos ações judiciais, mas quando necessário, são encaminhadas ao Jurídico do Sindicato para as devidas providências.

2) Quais profissões você exerceu antes de entrar para o serviço público municipal?
Comecei a trabalhar ainda muito jovem, pois minha família era bastante humilde e eu precisava ajudar nas despesas de casa. Iniciei minha vida profissional aos 14 anos como balconista em uma pequena loja. Também trabalhei como auxiliar de fisioterapia por muito tempo e logo depois ingressei no ramo administrativo, o qual na hora percebi: não era pra mim. Apesar disso, sempre soube da minha vocação para Pedagogia.

3) O que a motivou a se tornar Servidora?
Quando conclui o Magistério em 1990, abriram novas inscrições para um concurso público na área de PEB. Estudei muito e fui aprovada. Vi na oportunidade uma forma de realizar meu sonho de me tornar Educadora. Continuei a estudar e me tornei coordenadora um ano depois. Em 2003 surgiu uma oportunidade que agarrei com unhas e dentes e me tornei Diretora de Ensino.

4) Qual ação mais te marcou dentro do funcionalismo de Americana?
Foram duas. Com 23 anos de carreira sofri um processo administrativo que perdurou-se por um ano. Foi o período mais difícil que passei na vida. Senti na pele o assédio moral. Tenho uma gratidão enorme pelos colegas de trabalho. Fui defendida juridicamente e jamais foi colocada em dúvida minha inocência nesse processo, do qual fui absolvida.

Minha segunda experiência marcante foi como dirigente no ano de 2016: consegui com um grupo de Educadores convencer o prefeito a cancelar uma concorrência terceirizada que contrataria Professores sem concurso. Na época, entregamos um abaixo-assinado dos profissionais da área.

5) Ao assumir como dirigente, qual foi sua percepção na prática do funcionalismo?
Nos primeiros anos não observei o meio com a atenção necessária, mas com o tempo percebi em cada gestão a Administração tinha uma realidade. Os novos prefeitos chegam regados de mudanças e muitas não são fáceis de acatar. Nesses anos de prática no serviço público, captei como é difícil para os Servidores vivenciarem gestões que desvalorizam, perseguem e até adoecem a si próprios.

Em compensação, também vivenciei gestões que premiaram, motivaram e foram exemplo para outras cidades. Enfim, eles passam e nós, os verdadeiros representantes do Estado, permanecemos.

6) Como se tornou dirigente no Sindicato?
Em abril de 2011, passamos por um grande e intenso movimento de greve. Eu participei ativamente da luta e nesse processo acordei a minha coragem ao ver como a união é poderosa e resolvi disputar uma vaga em agosto do mesmo ano para recomposição da chapa no Sindicato. Para minha alegria, vencemos. A partir daí, não consegui mais sair do mundo sindical.

Comecei a pesquisar e percebi como os trabalhadores brasileiros precisam batalhar constantemente para que o Governo não os destrua. Atualmente, como personagem operante na diretoria do SSPMA consigo ver como o funcionalismo é extremamente importante, não só para os Servidores, mas para todos os brasileiros.

7) Como você acha que o Brasil pode se erguer diante da atual crise?
Como muitos outros países, o Brasil enfrenta grandes desafios. O problema da corrupção não é exclusivo de uma ou outra entidade, mas de toda a sociedade. Penso que nossa postura de intolerância à corrupção já é um grande avanço. Uma solução que eu considero efetiva e viável é a unidade da população.

Se todos os brasileiros erguerem a cabeça e não permitirem que mais pessoas desonestas entrem no poder, seja ele Municipal, Estadual ou Federal, teremos uma melhora significativa. Infelizmente, encontramos pelos nossos caminhos muitas pessoas que não se orgulham da nacionalidade brasileira e por isso não batalham pelo País. Isso tem que mudar!

8) Deixe uma palavra aos Servidores.
Hoje em dia acabou-se a distância para a troca de conhecimentos. É primordial estarmos em sintonia de modo a comungarmos nossas lutas e nos fortalecermos para enfrentar os novos desafios. Não importa o que dizem, pois em minha vivência aprendi que ninguém é sábio o suficiente para viver sozinho, e quem pensa que pode existir na completa individualidade, é tolo.

Deixo aqui uma frase que gosto muito e que já proporcionou horas de reflexão, do querido Paulo Freire: “Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão”.

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