Mês de conscientização da importância de ser doador de medula óssea

Mês de conscientização da importância de ser doador de medula óssea

Fevereiro foi o mês escolhido para conscientizar a população brasileira sobre a leucemia e a importância de se tornar um doador de medula óssea. Para isso foi criada a campanha “Fevereiro Laranja”. Através dela, busca-se conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce da doença. Estatísticas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram a leucemia como o 9º tipo de câncer mais comum no sexo masculino e o 11º no feminino.

A leucemia é uma doença com potencial de atingir de crianças a idosos e tem o seu início na medula óssea, local onde são fabricadas as células sanguíneas e que dão origem aos glóbulos brancos, aos glóbulos vermelhos e às plaquetas.

Como se tornar um doador

É necessário realizar um cadastro no órgão responsável por buscar doadores no Brasil e nos registros estrangeiros, o chamado Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Também é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade, ter a saúde em bom estado geral, não ter doença infecciosa ou incapacitante, não possuir diagnóstico oncológico, doenças hematológicas ou do sistema imunológico. Algumas questões de saúde não impedem a doação, mas é necessária a análise de cada caso por um especialista.

Conheça abaixo os tipos de leucemia e as formas de diagnóstica de cada uma:

Leucemia Mieloide Aguda (LMA)

Pode acontecer em adultos e crianças, mas a incidência aumenta com o avanço da idade. Tem o tempo de evolução curto, de poucas semanas, e a célula maligna que está envolvida é a imatura, quando uma célula sanguínea que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética transformando-se em uma célula cancerosa. A medula óssea é invadida por essa célula e deixa de produzir as células saudáveis. Por causa dessa deficiência de produção é possível que a pessoa apresente um quadro de anemia, pela diminuição dos glóbulos vermelhos, infecção por diminuição dos glóbulos brancos e sangramento pela diminuição da produção de plaquetas.

Para o diagnóstico é necessário fazer uma análise do paciente, verificando se está pálido, se há a presença de manchas roxas pelo corpo, aumento do fígado e baço, febre sem explicação e dor óssea, por exemplo. O hemograma detectará essas alterações. Depois é feito o exame de medula óssea que comprovará o diagnóstico. Também poderão ser solicitados outros exames, como o mielograma, realizado através de uma punção óssea, a imunofenotipagem, para verificar a linhagem celular, a citogenética, que vai analisar os cromossomos, e, em alguns casos, também é realizada a análise molecular. O tratamento para essa doença consiste em quimioterapia e, em casos com mau prognóstico, é indicado o transplante de medula óssea.

Leucemia Mieloide Crônica (LMC)

Na maioria dos casos a doença é diagnosticada em adultos na quinta década de vida, ou seja, aos 50 anos. A LMC tem como célula maligna envolvida a do tipo madura e diferencia-se de outros tipos de leucemia pela presença do cromossomo Philadelphia (Ph+), anormalidade genética nos glóbulos brancos, ocasionando uma fusão entre dois cromossomos, os de número 9 e 22.

O tempo de evolução é mais longo e às vezes a pessoa fica sem ter conhecimento da doença por meses ou até mesmo anos. Como em muitos casos é assintomática, o paciente só descobrirá quando realizar um exame de rotina. No entanto, quando a pessoa perde peso sem explicação ou apresenta algum sintoma de anemia, é possível realizar hemograma para verificar se existe alguma alteração. E, assim como na LMA, poderá ser solicitado o mielograma, imunofenotipagem, citogenética, análise molecular e exame de medula óssea. O tratamento padrão consiste em quimioterapia oral e, em casos mais graves, é indicado o transplante de medula óssea.

Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA)

É um tipo de leucemia que afeta as células linfoides e evolui de maneira rápida. A LLA é comum na infância, mas apresenta cerca de 80% de cura na infância. Apesar de apresentar mais casos na infância, alguns adultos também podem ser diagnosticados com a doença. Avaliar os sintomas é fundamental, principalmente em se tratando de crianças. Palidez, cansaço, sonolência, hematomas, manchas roxas, sangramentos prolongados, dores de cabeça e óssea são alguns dos sinais que devem servir de alerta.

O diagnóstico também será realizado pelo hemograma completo, mielograma, citogenética, análise molecular e exame de medula óssea. O tratamento vai consistir em quimioterapia com medicamentos específicos para cada paciente e, em casos mais graves, é indicado o transplante de medula óssea.

Leucemia Linfocítica Crônica (LLC)

Afeta as células linfoides e tem desenvolvimento lento. Mais comum em idosos, estudos mostram que a LCC é uma doença dos glóbulos brancos adquirida ao longo da vida, mas ainda não se sabe os fatores para o seu surgimento. Esse tipo de leucemia muitas vezes também não apresenta sintomas e pode ser diagnosticada durante exames de rotina.

Hemograma completo, mielograma, citogenética, análise molecular e exame de medula óssea ajudarão no diagnóstico da doença. O tratamento vai consistir em quimioterapia com medicamentos específicos para cada paciente e, em casos mais graves, é indicado o transplante de medula óssea.

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